Linguagem Inclusiva: Como Evitar Termos Capacitistas

 

A linguagem tem um papel fundamental na construção da nossa visão de mundo e no modo como tratamos os outros. O uso de palavras e expressões pode reforçar preconceitos ou contribuir para uma sociedade mais inclusiva. No caso do capacitismo – discriminação e preconceito contra pessoas com deficiência –, a linguagem pode ser uma ferramenta poderosa para combater estigmas e promover respeito.

Neste artigo, vamos explorar o que é capacitismo na linguagem, exemplos comuns de termos capacitistas e como substituí-los por alternativas inclusivas.

O Que É Linguagem Capacitista?

A linguagem capacitista se refere ao uso de termos e expressões que reforçam preconceitos sobre pessoas com deficiência. Muitas vezes, essas expressões passam despercebidas no nosso dia a dia, mas têm impacto negativo, perpetuando estigmas e desvalorizando a experiência de pessoas com deficiência.

O capacitismo pode se manifestar tanto de forma direta (quando é claramente ofensivo) quanto de maneira sutil, através de palavras que associam características negativas às deficiências.

Exemplos de Termos Capacitistas e Suas Alternativas

Aqui estão alguns exemplos de termos capacitistas que usamos sem perceber e sugestões de como substituí-los por expressões mais inclusivas:

“Cego para os fatos”

• Por que evitar: Associa cegueira com ignorância ou falta de percepção.
• Alternativa: "Ignorando os fatos" ou "Sem perceber os fatos".
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“Aleijado”

• Por que evitar: O termo é pejorativo e desumaniza pessoas com deficiência física.
• Alternativa: "Pessoa com deficiência física" ou "Pessoa com mobilidade reduzida".
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“Retardado”

• Por que evitar: É extremamente ofensivo e desrespeitoso, com histórico de uso para desqualificar pessoas com deficiência intelectual.
• Alternativa: "Pessoa com deficiência intelectual" ou "Pessoa com deficiência cognitiva".

“Surdo-mudo”

• Por que evitar: Não é preciso associar a surdez à mudez, já que muitas pessoas surdas falam ou se comunicam de diferentes maneiras.
• Alternativa: "Pessoa surda" ou "Pessoa com deficiência auditiva".

“Dá para ver que é deficiente”

• Por que evitar: Reduz a pessoa à sua deficiência, desconsiderando todas as suas outras características.
• Alternativa: "Pessoa com deficiência".

“Isso é um trabalho para um doido”

• Por que evitar: Usa transtornos mentais como metáfora para algo caótico ou difícil de lidar.
• Alternativa: "Isso é um trabalho desafiador" ou "Isso é um trabalho complicado".

“Ela está presa a uma cadeira de rodas”

• Por que evitar: Sugere que a cadeira de rodas limita a pessoa, quando na verdade é um dispositivo que oferece mobilidade e autonomia.
• Alternativa: "Ela usa cadeira de rodas" ou "Ela se locomove com cadeira de rodas".

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Por Que Evitar Termos Capacitistas?

Palavras moldam a forma como pensamos sobre o mundo e os outros ao nosso redor. Ao usar termos capacitistas, mesmo que de forma inconsciente, perpetuamos uma visão negativa e limitante das pessoas com deficiência. Expressões assim não só desrespeitam essas pessoas, mas também reforçam preconceitos estruturais que contribuem para sua exclusão.

Ao optar por uma linguagem inclusiva, estamos promovendo o respeito, a empatia e a igualdade. Isso é especialmente importante quando consideramos que a comunicação está presente em todos os âmbitos da vida: nas relações sociais, no ambiente de trabalho e em espaços públicos.

Como Adotar uma Linguagem Inclusiva no Dia a Dia?

• Eduque-se sobre os termos corretos: Esteja sempre disposto a aprender sobre o impacto das palavras que usa. Existem recursos e guias de estilo inclusivos que podem te ajudar a entender melhor quais termos são apropriados.

• Não reduza pessoas à sua deficiência: Sempre que possível, utilize a terminologia "pessoa com deficiência", colocando a pessoa antes de qualquer característica. Isso humaniza a linguagem e evita rótulos.

• Pergunte, não presuma: Se você não tem certeza sobre qual termo usar, pergunte! Cada pessoa com deficiência pode preferir uma terminologia diferente. O importante é ouvir e respeitar.

• Evite usar deficiências como metáforas: Não use deficiências físicas, sensoriais ou cognitivas para expressar situações negativas, confusas ou difíceis.

• Promova o respeito nas suas interações: Seja no trabalho, na escola ou em casa, incentive uma comunicação inclusiva. Corrigir-se e corrigir os outros de forma educada é um passo essencial para disseminar a conscientização.

A adoção de uma linguagem inclusiva é uma maneira prática e eficaz de combater o capacitismo e promover o respeito às pessoas com deficiência. Ao refletir sobre as palavras que usamos, criamos um ambiente mais acolhedor e igualitário para todos. Evitar termos capacitistas não é apenas uma questão de educação, mas de empatia e justiça.

Comece a fazer a mudança hoje! Ao adotar uma linguagem inclusiva, você se torna um aliado na luta contra o capacitismo e contribui para uma sociedade mais justa e acessível para todos.